sábado, 30 de janeiro de 2010

i know you from facebook

Num banco da Tate modern em frente a um quadro do Francis Bacon, numa ruela de Ghardaia mesmo quase a chegar à mesquita, a olhar para as cadeiras no Bauhaus, num jipe em Kashmir, numa praia de Goa, no metro em Lisboa, num vôo intercontinental, na gelada Alberta, na quente Luanda, em Gales, em San Diego, em Miami, no Rio, na galeria de arte moderna de Roma, nos bairros novos fora do centro de Amesterdão, numa classe económica de um comboio nocturno a caminho de Aurangabad, nos aivados... Todos os lugares são bons para começar uma narrativa, longa ou curta, desde que tenha personagens.

tap victoria

É estranho pensar que praticamente todos colocam uma grande parte do esforço de uma vida para ter uma casa da qual passam a vida a querer sair, porque em casa pouco se aprende e é claramente mais saudável andar na rua.

domingo, 24 de janeiro de 2010

bus stop

Que as coisas que não fazemos serão sempre aquelas de que nos arrependemos ninguém tem duvidas. Faltaram-me as pernas e o inglês enrolou-se juntamente com a língua. Talvez tivessem bastado 3 ou 4 palavras. 
Sentado num banco de Heathrow tenho agora a certeza de que o devia ter feito. Nada teria mudado ou alguma coisa teria mudado, a certeza é de que não teria perdido absolutamente nada.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

not a regular monday


Sento-me e olho para os outros, para a sua sorte, para as suas rotinas, para os objectos que não têm e que desejam ter assim como as posições que anseiam ocupar. Sorrio e baixo a cabeça - não gosto assim tanto de planos.
(há qualquer coisa de novo em 2010 e eu prometo que vou descobrir o que é)

it just started

São 7:24 do dia 4 de janeiro de 2010 e para mim só agora é que o ano está verdadeiramente a começar. Vou formulando ao deus do réveillon os meus desejos na esperança de que ele, mesmo que ainda de ressaca, consiga hoje ouvir-me mais claramente do que na noite em que todos o chamam. Faltam cerca de 120 km para Lisboa e ao mesmo tempo que a noite vai dando lugar ao dia os desejos vêm-me à cabeça como não vieram no dia 31. Claros, concisos e cheios de sentido. Não são irreais, não são extravagâncias, são apenas frutos do trabalho e de provavelmente... alguma sorte.

Apenas uns instantes antes das doze badaladas quando já todos estão de passas na mão e de olhos postos no relógio eu digo – vão andando que eu fico por 2009 só mais um bocado, pode ser? Obrigado.