segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
boarding
don't break the silence
more time to do a little more
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
cozinha rápida
terça-feira, 13 de outubro de 2009
81 | parabéns
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
quando eu for grande
Coisas "daqui e dali", simples, porque não há tempo para complicar e a vida para alguns de nós parece invariavelmente curta demais.
samba no fado
dia 1 - a primeira manhã
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
até já
domingo, 2 de agosto de 2009
quinta-feira, 30 de julho de 2009
obrigado Cabral
o guia turístico
one week to go
domingo, 26 de julho de 2009
compras aí, courses ici
a seu tempo
Devia lembrar-me mais vezes das aulas de musica que tive quando era pequeno. Afinal, muito mais do que uma questão de notas a musica é também uma questão de tempos que têm obrigatoriamente de ser respeitados.
Muitos anos depois percebo finalmente porque é que o meu teclado não soava como o dos restantes. Poderia justificar-me com um problema de coordenação ou de falta de “ouvido” mas a verdade é que só agora vejo o quão me é difícil entender e conviver com os tempos de outros.
sábado, 4 de julho de 2009
medi + terraneus
quarta-feira, 1 de julho de 2009
disturb... but only for good reasons
domingo, 28 de junho de 2009
back to school
O Peugeot preto ia invariavelmente carregado com um ano de coisas para cada último exame da época de verão. Lembro-me perfeitamente de ser o exame em que estava mais concentrado, mas ao mesmo tempo aquele em que sentia menos pressão. Lembro-me como se fosse hoje de sair da sala, falar com os amigos, de falar dos planos para os próximos dias, dos encontros em qualquer parte, de partir sempre sozinho para sul.
Acredito que cada um de nós, tenha ou não os seus rituais, sabe que aquele último dia tem um sabor irrepetível a liberdade inútil, tão útil.
sábado, 27 de junho de 2009
África bohemia
on y va?
sexta-feira, 26 de junho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
ups!
mais uma divisão
Das duas janelas do escritório vejo os dois habitantes mais velhos desta casa.
O cerrado abeto e a grande buganvília, agora colorida pelo verão, mantêm a dignidade de outros tempos no meio de um jardim que cresce aparentemente selvagem.
Não é à primeira visita um jardim muito acolhedor, não cativa pelos cheiros marcados, nem pelas cores vivas e muito menos pelo ar cuidado e geométrico. Não está cá para receber piropos, faz apenas o que lhe compete. A sombra cerrada, ajuda o fresco a abrigar-se aqui nos dias de calor insuportável do outro lado da vedação. O verde de que reveste a antiga casa não deixa que se perca a sensação de antiga gloria colonial, sítio de histórias, de festas, de tempos bem melhores que os de agora.
- Gosto à brava deste jardim! – despretensioso, que vive por si indiferente aos outros mais bem tratados que consegue ver da alta copa do velho abeto, que vive bem com a água que cai e com aquela que aproveita com falsa indiferença quando por algum acaso ou pelos dias menos ocupados alguém se lembra de lhe dar, que fica tão bem no fundo de um arraial como no dia em que, bem comportado, recebe um jantar com velas.
- Gosto à brava de pessoas assim! – despretensiosas, que vivem por si e para si, que vivem bem com aquilo que conseguem mas não escondem a alegria quando os velhos amigos os visitam ou descobrem outros, que adoram uma casa bem decorada e uma mesa apetecível mas que sem pensar duas vezes as trocam por uma única paisagem, mesmo que esta não valha a pena.
terça-feira, 23 de junho de 2009
i can get ... satisfaction
Hoje acordei com uma vontade enorme de descer a Boulevard Colonel Bougara, virar em Porto Côvo, meter pela Didouche Mourad até lá abaixo ao centro de Argel e enfiar os pés na areia dos Aivados.
Falta menos de um mês e sei que a parte de mim que quer ir a casa é a mesma que quer que o tempo passe devagar, para aproveitar mais. Aproveitar o que faltou até agora ou tudo aquilo que merece ser repetido.
sábado, 20 de junho de 2009
o meu verbo
segunda-feira, 15 de junho de 2009
keep it simple... please
Perdi a noção do tempo naquele final de tarde quente em Lisboa. Não me lembro se foram muitos ou poucos os minutos que passei na secção de viagens da livraria. Recordo-me apenas dos livros que escolhi, cinco, que empilhei cuidadosamente por tamanho ao meu lado sobre o banco de couro onde me sentei. Sei que durante um bocado não voltei a olhar para eles. Perdi-me nas lombadas dos outros, os que estavam ainda nas estantes à minha frente.
A verdade é que não pensei em coisas de grande profundidade e que com certeza ficariam bem, escritas num grande parágrafo. Foi simplesmente o pensamento antigo de viajar sozinho que me fez olhar novamente para a pilha em cima do banco, olhar uma ultima vez antes de lhes pegar e me dirigir à caixa. Depois de sair dali, percebi que já não havia volta. Enfiei tudo o que me pareceu necessário numa mochila nessa mesma noite. Mal dormi. Comprei um bilhete na manhã seguinte e parti ao inicio da tarde voltando a casa um mês depois.
Lembrei-me disto hoje, a meio de uma conversa onde alguém me disse qualquer coisa sobre o facto de as pessoas passarem demasiado tempo a pensar nas coisas, perdendo energias que podiam utilizar a fazê-las. Bem visto!
sábado, 13 de junho de 2009
Yaum as-Sabt, ou o primeiro dia da semana
quarta-feira, 10 de junho de 2009
10 de junho
Roma
free meals
Sei que este texto até pode tocar, em alguns pontos, o das aulas de francês. No entanto é daquelas respostas que gostava de ter dado, daquelas respostas boas das quais só nos lembramos depois, quando já não há nada a fazer, quando o timing já se perdeu.
Apesar de despojada de qualquer design, luzes sobre as bancadas de azulejo encarnado, ou cortinas em tecido acolhedor, a cozinha da grande vila onde vivo em Argel está agora francamente mais viva do que aquilo que recordo do dia em que cheguei.
Já perdi a conta aos convívios que aqui se fizeram e às pessoas que por aqui passaram, mas nunca me esquecerei das amizades que cresceram à volta da mesa onde invariavelmente as toalhas se improvisam com desenhos técnicos, onde os pratos iguais nunca chegam para todos tal como as cadeiras que vêm ora do jardim ora do escritório.
Talvez seja pela comida, sempre a piscar o olho a Portugal (mesmo quando sou eu que faço a ementa, não é Paulo?), talvez seja pela boa disposição e as horas de conversa que quase sempre nos abstraem do exterior, o que é certo é que nunca me lembro de ninguém ter saído daqui a sugerir mudar o que quer que fosse nesta divisão.
A cozinha não é minha nem nunca será, tal como o país que nos recebe também não mudará nunca de margem no mediterrâneo (até porque seria uma chatice encaixar isto onde quer que fosse). Muito pouca coisa vai ficar diferente quando nos formos embora, pouca coisa excepto nós, os que passámos pela cozinha, pelo país, nós que tivemos a paciência de deixar passar a vontade de querer mudar aquilo que não é mutável nem faria sentido se o fosse, de entrar na cabeça dos outros com as nossas próprias medidas, que aprendemos a chegar a outra casa apenas para saborear a refeição, contar histórias e ouvir outras tantas.
embrulhe Sra. Engenheira
segunda-feira, 8 de junho de 2009
SAHABANE
No regresso, o mesmo caminho mas sem a fúria da busca, a mesma aldeia, as mesmas casas, as mesmas ruas, talvez as mesmas pessoas – não me recordo bem.
As crianças brincam na rua às dezenas, os mais velhos sentam-se em grupos aproveitando do fim do dia a brisa e a luz já difusa. Faço o pequeno Suzuki avançar devagar, abro a janela, delicio-me com as pessoas. Numa carroça puxada por um burro, vão umas quatro ou cinco crianças, todas pequenas, oito anos o mais velho. Uma das mais pequeninas sorri espontaneamente, faço-lhe um aceno, ela corresponde, os outros seguem-lhe o exemplo. Nesse momento tiro a melhor fotografia da tarde, a única que não posso editar, imprimir nem enviar aos amigos. Guardo-a comigo na esperança de que o tempo não a deixe perder-se na minha memoria.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
le course de française
As aulas de francês sempre foram uma espécie de realidade paralela na minha estadia em Argel.
Ainda antes das nove horas, encostei-me a uma janela do primeiro andar que dá para o pátio do centro cultural francês, passavam já quase três semanas desde a minha ultima aula e as sensações que costumava sentir voltavam agora lentamente à minha memoria.
Para lá do pátio, o grande prédio colonial de arquitectura simétrica e janelas dispostas em quadricula domina a paisagem. Só não se torna enfadonho porque aparentemente nenhum dos que lá habita olha para fora de maneira igual.
As flores, as cortinas, a bicicleta, a gaiola, a mulher de roupão. Todos misturados e diferentes, mas juntos numa só fachada, diferentes mas juntos tal como os meus colegas, juntos na forma como prestam atenção às minhas descrições dos sítios que conhecem apenas dos livros. Diferentes, dando-me o privilégio de os ouvir, de me emocionar, de rir, de me fazer sentir grato por estar aqui.
improvisando com as outras inteligências
Hoje é um daqueles dias em que a liberdade, que vai chegar nos próximos meses, me sufocou de uma forma que me arrelia e me tornou o dia pesado juntamente com o calor de África.
Penso com clareza, utilizo a inteligência que me foi dada em detrimento de outras, ponho o pensamento lógico-matemático a funcionar e afinal, escolho sem dificuldade a resposta – nenhuma das anteriores – é que sem os dados suficientes não vale sequer a pena procurar, por antecipação, uma resposta com uma só solução.
Encosto-me na cadeira, esboço um sorriso e penso – bendito ar condicionado.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Al Qal'a ou Alentejo
"dicere"
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Lisboa
Eu preferia Camané, foi o pensamento que me assaltou minutos antes de entrar na esgotada sala Ibn-Zeydoun para ver Kátia Guerreiro. Pois só vos digo que o que acabou por salvar o dia foram as cerca de 200 fotografias que acabei por fazer, caso contrário, não sei o que teria acontecido comigo em Argel, apenas sentado numa cadeira, perante a brutalidade do que ali se passou. Irra!
iogurtes, terrenos vermelhos do miocénico e afins
Se um iogurte de coco fizer lembrar os dia em que se sai sozinho de casa para procurar uma onda decente, os amigos que vão chegando à praia a conta gotas depois de almoço, o adormecer com o reboliço para voltar a acordar com a calma do fim da tarde, o ficar até ao por do sol com a pressa que não chega, outras coisas que nunca lá estiveram mas que de repente aparecem lá, então das duas uma, ou o raio do iogurte está fora do prazo ou não obedece às normas de higiene da União Europeia.
meses que parecem horas
Paisagens a perder de vista, formações geológicas impressionantes, deserto, neve, tempestades de areia, gente nova, gente velha, gente velha que se tornou nova.
Quatro meses depois, e a pedido de praticamente famílias nenhumas, declaro abertos os trabalhos.